Os catarinenses necessitam de consolo no sentido literal da palavra. Consolo vem do latim cum + solis que significa “com sol”. No lugar da chuva, do céu nublado, é o brilho do Sol que eles mais precisam. Na verdade, o consolo sempre vem de cima, de alguém ou de alguma coisa que tem o poder de ajudar. Por isto a solidariedade, isto é, a ação de solidar, de oferecer solo para os que perderam o chão em todos os sentidos. A única solução – arrisco dizer que solução significa “ação do Sol” – aos catarinenses flagelados é o cum solis.
Cedo ou tarde, todos precisam de consolo. Nuvens pesadas e chuvas torrenciais são a coisa mais certa. Ninguém escapa! Diante desta certeza, a pergunta: temos um plano de emergência, uma “defesa civil” em estado de alerta? Parece que este foi o problema lá em Santa Catarina. A maioria não conhecia o chão onde pisava, nem estava preparada para a catástrofe. Percebe-se que o consolo eficaz é aquele que está à disposição igual aos botes salva-vidas num navio. Interessante dizer que o nome “Noé” vem da mesma raiz na língua hebraica do Antigo Testamento para “consolo” (Gênesis 5.29). Conhecemos a história deste pregador que prenunciou o Dilúvio por 120 anos e construiu um grande navio para salvar. O registro bíblico diz que a maioria zombou de Noé chamando-o de louco. Até hoje esta história é tida como um mito. Conclui-se com isto que sem fé o consolo perde a eficácia de resgatar.
Outro episódio marcante na Bíblia que fala de consolo é a escravidão do povo de Judá na Babilônia. Pode parecer assustador, mas os judeus foram avisados da tragédia. Bem antes do flagelo quando perderam pátria e liberdade, o profeta anunciou: “O Senhor, nosso Deus diz: Consolem, consolem o meu povo” (Isaías 40.1). Tais palavras divinas foram uma previsão meteorológica alertando: preparem-se para o temporal que se arma no horizonte, mas eu estou aqui e não os abandonarei. Isto aconteceu uns 600 anos antes de Cristo, e parecido com a história de Noé, a maioria do povo duvidou e rejeitou o consolo.
João Batista foi outro pregador do consolo: “Arrependam-se dos seus pecados porque o Reino do Céu está perto” ( Mateus 3.1). O evangelista lembra que “a respeito de João o profeta Isaías tinha escrito o seguinte: Alguém está gritando no deserto: Preparem o caminho para o Senhor passar!” Tais palavras vêm logo após o “consolem, consolem o meu povo”. Por isto João Batista é o famoso personagem do Advento – este período cristão que orienta para a verdadeira celebração do Natal.
Lembro tudo isto para perguntar: onde está o consolo neste Natal que vem chegando? Compras, presentes, festas – isto parece ser a salvação de vidas encobertas sob coisas, vidas sem sol. Aliás, os cristãos escolheram o 25 de dezembro – dia quando os gregos antigos lembravam o nascimento do deus-Sol – exatamente para alertar que coisas e criaturas jamais poderão consolar.
Pastor Marcos Schmidt
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS
11 de dezembro de 2008
Cedo ou tarde, todos precisam de consolo. Nuvens pesadas e chuvas torrenciais são a coisa mais certa. Ninguém escapa! Diante desta certeza, a pergunta: temos um plano de emergência, uma “defesa civil” em estado de alerta? Parece que este foi o problema lá em Santa Catarina. A maioria não conhecia o chão onde pisava, nem estava preparada para a catástrofe. Percebe-se que o consolo eficaz é aquele que está à disposição igual aos botes salva-vidas num navio. Interessante dizer que o nome “Noé” vem da mesma raiz na língua hebraica do Antigo Testamento para “consolo” (Gênesis 5.29). Conhecemos a história deste pregador que prenunciou o Dilúvio por 120 anos e construiu um grande navio para salvar. O registro bíblico diz que a maioria zombou de Noé chamando-o de louco. Até hoje esta história é tida como um mito. Conclui-se com isto que sem fé o consolo perde a eficácia de resgatar.
Outro episódio marcante na Bíblia que fala de consolo é a escravidão do povo de Judá na Babilônia. Pode parecer assustador, mas os judeus foram avisados da tragédia. Bem antes do flagelo quando perderam pátria e liberdade, o profeta anunciou: “O Senhor, nosso Deus diz: Consolem, consolem o meu povo” (Isaías 40.1). Tais palavras divinas foram uma previsão meteorológica alertando: preparem-se para o temporal que se arma no horizonte, mas eu estou aqui e não os abandonarei. Isto aconteceu uns 600 anos antes de Cristo, e parecido com a história de Noé, a maioria do povo duvidou e rejeitou o consolo.
João Batista foi outro pregador do consolo: “Arrependam-se dos seus pecados porque o Reino do Céu está perto” ( Mateus 3.1). O evangelista lembra que “a respeito de João o profeta Isaías tinha escrito o seguinte: Alguém está gritando no deserto: Preparem o caminho para o Senhor passar!” Tais palavras vêm logo após o “consolem, consolem o meu povo”. Por isto João Batista é o famoso personagem do Advento – este período cristão que orienta para a verdadeira celebração do Natal.
Lembro tudo isto para perguntar: onde está o consolo neste Natal que vem chegando? Compras, presentes, festas – isto parece ser a salvação de vidas encobertas sob coisas, vidas sem sol. Aliás, os cristãos escolheram o 25 de dezembro – dia quando os gregos antigos lembravam o nascimento do deus-Sol – exatamente para alertar que coisas e criaturas jamais poderão consolar.
Pastor Marcos Schmidt
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS
11 de dezembro de 2008